A VOZ

Não gosto de mulheres com vozes irritantes! Epa é uma coisa cá minha! Não consigo confiar em quem me diz as coisas com um som estridente, vá-se lá saber porquê! Bem sei que ninguém tem a culpa, ninguém pode escolher a voz que tem, mas ao menos podemos tentar moldar um pouco os nossos graves e os nossos agudos! Tenho os ouvidos em curto-circuito, até o martelar das teclas me está a incomodar, depois de passar 2h30 numa sala de reuniões a ouvir a voz ecoar na minha cabeça, dizendo baboseiras, rindo aos guinchinhos.... bem é dose cavalar... recorda-me outros abismos... outras paragens!

A voz consegue tantas coisas: transportar emoções, magoar, felicitar, encorajar, repreender...sei lá... É ela também o instrumento principal de trabalho de um prof/formador, talvez por isso eu não consiga imaginar como seria se as minhas cordas vocais deixassem de funcionar. Há que tratá-las bem, beber muita água e ir cantando de manhã a caminho da escola e apesar de não ter uma voz melodiosa sei projectar bem os sons que saem da minha garganta e começo a aprender as técnicas, aos poucos, lentamente... Mas quando certos sons saem de certas gargantas, por mais simpáticas que sejam as pessoas, a credibilidade que elas querem passar vai por água abaixo e deixo por completo de as ouvir, tudo de resume a um iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii pegado.

Bem mas ao menos a "rentré", pós férias está a deixar um saldo positivo, projectos novos a começar e o desafio de finalmente dar formação a jovens mais imberbes e concerteza mais problemáticos do que aquilo que eu posso imaginar! Mas como todos os novos desafios, vai saber bem ultrapassar os obstáculos e chegar ao final com a sensação de dever cumprido, sem dúvida das melhores sensações do mundo!